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Adultização: o que é, perigos na rede e o que fazer

Adultização: o que é, perigos na rede e o que fazer

Introdução

Você já percebeu como, cada vez mais, crianças estão assumindo comportamentos, responsabilidades e até estéticas que antes pertenciam ao mundo adulto?

Esse fenômeno, conhecido como adultização, não é apenas uma tendência cultural ou de moda — é um problema social que traz sérias implicações psicológicas, jurídicas e éticas. No universo digital, a situação se agrava, já que as redes sociais potencializam a exposição precoce e, muitas vezes, perigosa da infância.

No D-Direito, entendemos que proteger o desenvolvimento saudável das crianças é uma responsabilidade coletiva e que exige atenção da família, da sociedade, das plataformas e do próprio Estado.


O que é adultização

A adultização é o processo pelo qual uma criança ou adolescente é levado a adotar posturas, responsabilidades, preocupações ou comportamentos próprios de adultos antes da fase adequada de desenvolvimento. Isso pode ocorrer:

  • Pela pressão estética (moda, maquiagem, dança sexualizada);

  • Pelo trabalho precoce (influenciadores mirins, “miniempreendedores”);

  • Pela exposição exagerada nas redes sociais, sem filtros e sem compreensão dos riscos;

  • Pela responsabilização emocional em contextos familiares ou sociais.


Embasamento legal

No Brasil, embora o termo “adultização” não apareça de forma literal na legislação, vários dispositivos legais protegem a infância contra práticas que caracterizam o fenômeno:

  • Constituição FederalArt. 227: estabelece que é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à vida, saúde, educação, lazer, profissionalização, cultura, dignidade e respeito (CNJ).

  • Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)Lei nº 8.069/1990: proíbe qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (Planalto.gov.br).

  • CLT – Consolidação das Leis do Trabalho: veda o trabalho para menores de 16 anos, salvo como aprendiz a partir dos 14 (Planalto.gov.br).


Exemplos na prática

  1. Influenciadores mirins que promovem produtos com forte apelo adulto, usando linguagem ou figurino sexualizado.

  2. Perfis no TikTok ou Instagram de crianças realizando coreografias sensuais para milhões de seguidores.

  3. Responsabilização precoce de crianças em casa, cuidando de irmãos e tarefas complexas sem apoio.


O que já mudou

Nos últimos anos, denúncias de influenciadores e jornalistas sobre exploração de crianças nas redes geraram reação do Ministério Público e de plataformas digitais. Alguns perfis foram derrubados e houve ampliação do debate sobre regulação de conteúdo para menores. No Congresso, o PL 2628 propõe exigir das big techs moderação ativa, verificação de idade e mecanismos para proteção de menores.


O que pode ser melhorado

  • Regulamentação específica para a exposição de menores na internet, com punições claras.

  • Educação digital obrigatória nas escolas, para que crianças e pais compreendam riscos e limites.

  • Plataformas com filtros mais eficazes para impedir que conteúdos sexualizados sejam recomendados a menores.


Reflexões sobre o tema

Se a infância é o alicerce da vida adulta, abreviá-la pode comprometer toda a estrutura futura. Imagine como será o desenvolvimento emocional de uma criança que, aos 10 anos, já enfrenta pressões de imagem, produtividade e aceitação social típicas de adultos?

A adultização não é apenas um fenômeno cultural; é um alerta para repensarmos nossas práticas enquanto pais, educadores, consumidores e cidadãos.
No D-Direito, reforçamos que proteger a infância não é apenas uma questão de afeto — é um dever legal.


O que fazer para proteger

  • Estabelecer limites claros para uso de redes sociais e monitorar o conteúdo consumido.

  • Valorizar o brincar livre e atividades adequadas para a idade.

  • Denunciar perfis e conteúdos que explorem crianças de forma sexualizada ou abusiva.

  • Apoiar políticas públicas que fortaleçam a proteção infantil.


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